Muitos temores nascem...
Do cansaço e da solidão
Difícil estabelecer as medidas e os limites na relação amorosa.
No dia-a-dia, todos estamos suscetíveis a qualquer tipo de acontecimento. Porém, hoje, o incômodo não está no inusitado da vida. Pelo contrário, está na repetição.
A repetição do mesmo. O mesmo, mesmo. Intacto, imaculado.
Geralmente, o ser humano precisa da repetição para elaborar determinados conteúdos. Ainda assim, este ser que repete não é o mesmo a cada novo episódio de repetição. Tanto que, após certo tempo, a questão é elaborada; isto é, houve a transformação deste ser, foram criados subsídios para lidar com a situação.
A repetição é cansativa, mas normal. Uma hora ou outra consegue-se abrir caminho para aquela energia.
As palavras transformação, fluxo e movimento não combinam com aquilo que é sempre o mesmo.
No mesmo só existe negação e teimosia. É a expressão do pavor sem decodificação em palavras. É o medo proveniente da suposição de que não haverá competência para lidar com as novas questões.
O mesmo vai ficando tão pequenininho na cena, ali no cantinho, vermelho de tanto fazer força para agarrar-se às suas certezas cegas.
E aqui retoma-se o título deste texto: Descompasso ou Desperdício?
Estar numa relação amorosa há algum tempo, ter a clareza da importância desta história e desejar continuar. Tudo isso significa estar disponível para investir em si mesma, no outro e nos dois. Mas só contribui com 50%.
50% que não garante absolutamente nada, mas tem tanto valor!
É fundamental valorizar tudo aquilo que você se coloca disponível para viver com o outro, pois isso é seu. É você quem está conseguindo estar na vida desta maneira.
Por isso, atenção!
Repetição pode significar descompasso, e, na medida de cada um, é possível conviver com ela, pois, sempre, produzirá a transformação.
Agora, o mesmo, jamais irá além da tristeza e da solidão. Ficar com o mesmo é desperdício...
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